Êh Quintana, Mário: quiseste
acabar com o mistério: – "A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma
existe”, afirmaste com convicção.
Eu questionador pergunto: já deitou, a cabeça ficou sem
peso? o corpo acomodou-se? pensou? quem pensou? você? quem é você? a alma? o
espírito? a consciência? Dizem os espíritas que alma é o espírito encarnado e
que espírito é a alma desencarnada, entendeu? fácil? Mais fácil é entender o
que Quintana expressou.
Os mistérios universais perduram. Não é difícil pensar e
de si próprio tirar sua convicção de que existimos em corpo e consciência,
entretanto, vacilamos na hora que pensamos se a consciência está circunscrita
na matéria cerebral ou é uma coisa energética, fora desta dimensão que vimos e
apalpamos. Depois que morremos, pra onde vai a consciência?
Mais difícil ainda é expressarmos nossos questionamentos
quando apoiamos a cabeça no travesseiro e ficamos em vigília.
O cinema já tentou mostrar: em 2003 um filme, “21 Gramas”,
mostrou que um médico americano no início do século passado fez uma experiência
com doentes terminais. Colocou cada paciente, com cama e tudo, sobre uma
balança gigante. Quando a vida cessou, a balança mexeu de forma repentina como se algo tivesse deixado o corpo, a
balança mexeu 21 gramas, e o doutor concluiu que esse era o peso da alma.
Deixemos estas coisas pra lá e voltemos ao nosso mundinho
de perguntas sem os esclarecimentos, ou melhor, dúvidas, trazidas pela medicina,
a biologia, a física quântica ou o ramo científico que seja. Vamos levando na
nossa ignorância, na nossa fé: Deus existe? de onde viemos? qual é o sentido da
vida? o que acontece após a morte? há vida fora da Terra? destino existe?
De novo Quintana, desta vez com indagações: - “a resposta
certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas”-.
Vivemos hoje na sociedade da informação, da informação
facilitada, rápida, pronta, é fato. A cultura geral piorou, a filosofia está em
crise porque está à margem da sociedade e perdeu lugar, espaço. Perguntamos
para que serve a filosofia? Tudo. A filosofia nos ensinou o método, lógica,
teoria, conhecimento. Como aplicar uma lei sem discutir ética, moral,
julgamento, valores? Como aplicar uma ciência sem discutir hipótese, tese,
lógica. Tudo isso está em uso, mas a filosofia está em desuso. A informação banalizada
não exige método de pesquisa, a pesquisa não é mais nem em livros, é na internet.
Tá tudo à mão, não precisa esforço, todo mundo sabe tudo, basta um click.
Mas o mistério da fé
continua, ainda bem!
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