A questão não é esforçar-se para se tornar um líder
mas descobrir e
tornar-se você mesmo.
Digo, não é do meu temperamento, nunca foi, mas fui vencido e
resolvi me entregar à observação incrédula da falta de interesse das pessoas em
fazer certo da primeira vez, em trabalhar com satisfação, em querer aprender e
serem liderados. O bordão é o seguinte: não espere que aprendam o que eles não querem.
Não estão nem aí.
Faço uma reflexão e concluo: precisamos de boas lideranças e
de liderados interessados em crescer, aprender.
Em muitas ocasiões pude dizer a alguns almejantes a líder que
não se deve delegar tarefas antes de domina-las ou tê-las em conceito. Não sei
se fui entendido, mas o que quis dizer é que para delegar alguma tarefa o líder
deve pelo menos conhecer o conceito do contexto, ou seja, onde aquela tarefa
interfere e é importante no processo. É de extrema importância que o almejante
a líder saiba explicar o conceito e o contexto para o liderado.
Margaret Thatcher dizia: “se precisar provar, então não é
líder”. Sábias palavras, ela sabia que liderar é exercer uma influência que
inspire e mova as pessoas à ação, obtendo delas o máximo de cooperação e o
mínimo de oposição. O problema se reside quando a influência é ambígua, que
constrói e destrói com a mesma facilidade. Gandhi e Hitler? Ambos influenciaram
o bem e o mal.
As pessoas confundem liderança e chefia. Não são a mesma coisa. O cargo, o poder e o
domínio técnico da função não são suficientes para transformar alguém em líder.
O verdadeiro líder, além da capacidade técnica, é um formador qualificado de opinião,
é aquele que consegue influenciar, estimular, motivar, mobilizar e conduzir
pessoas para a realização de determinados objetivos.
É comum um pretenso líder procurar coagir, forçar, obrigar a
sua equipe a trabalhar. Ele não motiva, apenas ameaça e amedronta. A ação é
forçada e os resultados são mesquinhos. Apenas persuadir também não é a melhor
receita. Persuadir o grupo, insistir, apelar e até, chantagear e buscar vencer
pelo cansaço, geralmente faz com que o líder se canse primeiro.
Muitos se forjam líder, por ter o cargo, o poder agem de
forma centralizadora, daí se irritam facilmente perde o respeito e começam a
ter até dificuldade em se manter no mercado de trabalho. São semelhantes, o
forjador e o líder autocrático que acham que só a sua maneira de fazer as
coisas é a correta. Derramam certo temor nos liderados, para que não o
contradigam.
O verdadeiro líder, devido a sua personalidade forte,
capacidade, talento, entusiasmo e dinamismo, induz, ou seja, motiva, conduz a
sua equipe para o trabalho. Ele leva os outros à ação. Isto é quase que
imperceptível. O líder deve ser entusiasmado, otimista, motivado,
participativo. Deve ter, em boa dosagem, espírito de equipe. Há situações que
as respostas devem ser individuais. O
mais importante: deve saber delegar tarefas e cobrar resultados de forma
legítima.
É um perigo o líder querer racionalizar os seus próprios
erros, buscar desculpá-los ou justificá-los, convencendo-se a si mesmo de que
seus erros na realidade são acertos. Mais ainda, relutar em delegar atribuições
também é falha mortal, pois entra em choque com uma das funções do líder que é
delegar responsabilidades. A teimosia
também tem apenas um gume - nos outros existe teimosia, mas em mim existe firme
convicção -.
Continuarei com o cultivo da minha firmeza, mas me esforçarei
em ter a paciência para observar, líderes e liderados. Quem sabe sou um líder
servidor?