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domingo, 15 de setembro de 2013

Preço não é tudo! Diz o consumidor atento. Quero qualidade, mais que isso, legitimidade...

Dois conceitos: lucratividade e cidadania se convergem e viram um único conceito, sustentabilidade.  Compondo isto temos o conceito de cidadania empresarial que nada mais é do que a evolução de padrões de comportamento empresarial socialmente responsável.
O consumidor atento já sabe diferenciar a empresa oportunista e a empresa cidadã.  Procura, por produtos politicamente e ecologicamente corretos. Quando digo politicamente, digo que há vontade do consumidor em adquirir produtos e serviços cuja cadeia produtiva paga regularmente seus impostos, oferece emprego enfim tem valor social.  A empresa que atua de forma politicamente correta tem preferência.
Inserindo o conceito ecologicamente correto, o consumidor hoje, por exemplo, de vários que se pode dar, preocupa-se com situações relacionadas ao tratamento dos resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Novos interesses surgem como o de saber sobre o nível tóxico de componentes e os cuidados com relação à utilização e dispensa do material de consumo, o suprimento e resuprimento daquele produto ou aparelho. Existe logística reversa? Já é questão de interesse do consumidor consciente.
Há um substancial aumento das pressões da sociedade para produtos e processos ecologicamente corretos, a reciclagem ganha força e a logística reversa é um dos principais motores deste movimento. Além de contribuir legitimamente para a redução dos impactos ao meio ambiente há um ganho de imagem para a empresa que o faz. Há exemplos de reciclagem que já são práticas comuns: latas de alumínio, garrafas pet, papel, dentre outros itens de pós-consumo.
Mesmo nas atividades mais triviais como na venda de picolé e salgadinhos na rua o consumidor já observa a limpeza do entorno, a cesta de dispersão do lixo. O que é feito das cascas, do resto da moagem, da sobra da trituração de alguns alimentos in natura? O consumidor já quer saber.
São conhecidos os casos de envenenamentos por armazenamento de bebidas de consumo humano ou animal em embalagens de agrotóxicos. São inúmeros os danos causados por baterias de celulares, pilhas, lâmpadas junto ao lixo comum.
A nova concepção de empresa social ganha adeptos não só nos países desenvolvidos mas também nos países emergentes, consumistas por essência, em razão do desenvolvimento de uma sociedade de consumo. Produtos chineses estão sendo rechaçados pelo conhecimento do inadequado emprego de mão de obra naquele país. Preço não é tudo! Ainda mais se a qualidade é duvidosa, diz o consumidor atento.
Os consumidores querem além da qualidade, a legitimidade da produção. No próprio Brasil, confecções capitaneadas por empresários coreanos e também brasileiros, explorando mão de obra boliviana já são marcadas como produto inadequado, e o pior, a exploração da condição humana muitas vezes não se traduz em um melhor preço e a qualidade ainda é baixa. Pura ganância, conduta empresarial inadequada.
O comportamento socialmente responsável dos empresários da produção e do varejo terá que sair do conceito simples de governança empresarial para um contexto mais amplo, o da governança social e política. Sugere-se uma maior vigília, maior feedback, mensuração da satisfação, da aceitação, aferição da imagem institucional, ou seja, tudo que venha determinar o necessário comportamento para obter sustentabilidade. Tudo isso vai muito além do tradicional conceito de oportunista nos negócios.

Os códigos de conduta empresarial em qualquer nível, local, intermunicipal, nacional e internacional devem levar em conta os fatores aqui abordados. A conduta social da empresa vai determinar sua sobrevivência, sua fatia de mercado, amplitude de negócios. A universalização de uma nova governança empresarial em particular a governança voltada para avaliação das relações sociais e políticas da empresa é que determinarão suas ações de marketing. Seria o marketing institucional renovado em seus efeitos concretos, não só preocupante com a imagem mas com o convencimento de que aquela empresa é referência de boa prática, de convivência social harmoniosa, de respeito ao meio ambiente. Realmente, uma empresa cidadã.