Aqui estamos
de novo. Lembro que os artigos aqui disponíveis são simultaneamente publicados
na Revista IN PACTO. Digo com humildade que além de artigos também
ordeno pesquisas, posso chamar isso de coletânea. Importante é avaliar se
mantemos a proposta da coluna: produzir ensaios que possam contribuir para um
debate legítimo sobre economia, administração e negócios no centro nordeste
mineiro, de forma regional, mas com visão global.
Desta vez,
lembrei-me de um evento cooperativista do qual recentemente participei no sul
país. Lá um palestrante de renome internacional, autor dos livros, Tudo que
você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência de explicar e O
marketing na era do NEXO, falava sobre a morte de Steve Jobs e sua repercussão.
Muitas foram as reflexões sobre as posições e realizações deste gênio da
tecnologia e da inovação.
Dizia o
palestrante: “Nunca o mundo dos negócios
sofreu tamanha metamorfose como nos últimos anos. Nosso grande problema é que
tecnologia e negócios mudam rápido, mas pessoas não”. A afirmação é de Walter
Longo.
Na palestra as frases prontas iam
saindo. – “Seu negócio não é o que você pensa, mas o que os clientes compram” -.
Daí lembrava-me, diacho; pensava a mesma coisa quando disse em um dos meus
artigos: ... em uma empresa você pode controlar tudo, menos as vendas.
Motivei-me e pensei, estou mesmo em sintonia com o novo. Estou cumprindo o
compromisso com os leitores de IN PACTO.
E mais frases vinham – “Cliente não tem
sempre razão. Ele quer que você diga o que ele deve querer”. – “Tamanho não é
documento. O mais importante é o tamanho da visão da empresa”. Pensava; que
espetáculo, como seria bom que mais empreendedores e agentes econômicos de
Guanhães e região estivessem aqui para ouvir isso.
Internalizei uma coisa muito importante. A
perfeição é uma meta, mas o perfeccionismo é um defeito. No mundo dos negócios
o bom não é inimigo do ótimo. Hoje já não precisamos buscar o ótimo sempre, mas
o suficientemente bom, esse é o conceito das empresas de sucesso.
Uma nova postura é exigida dos líderes. Estes
devem criar um ambiente organizacional para que os colaboradores ou
funcionários rebeldes sejam bem-aceitos. Anotei: os agentes inovadores dentro
das organizações, que estão abertos à inovação e à quebra de paradigmas, têm um
pouco desses rebeldes, mas também das pessoas otimistas e felizes, que possuem
visão e são capazes tanto de trabalhar em grupo quanto individualmente.
O conceito de trabalhar em equipe hoje é
discutível. Há tantas pessoas preocupadas em trabalhar em grupo que acabamos
perdendo a coragem e a ousadia desses indivíduos. Se pensarmos num país, ele
não evolui apenas por disseminar cultura, mas por nutrir seus rebeldes. Nas
organizações é a mesma coisa. São esses rebeldes, aquelas pessoas difíceis, que
contestam a autoridade, que criam diferenciais e fazem a empresa ir para
frente.
É bom que se diga. Atenção! Walter Longo
chama de rebelde não o profissional contra tudo, mas aquele que tem ênfase faz
as coisas com paixão e acredita no impossível.
Voltando ao que Steve Jobs pensava e estava
certo quando a Apple lançava um produto que estava suficientemente bom.
Se era novidade, mesmo que para ele, Steve, não estivesse perfeito, atrairia
compradores e traria parcerias para o desenvolvimento da próxima versão. O
iPhone foi se desenvolvendo, parceiros tecnológicos se aproximaram da Apple
para mostrar adequacidade, fazer alianças para a melhoria da inovação lançada.
Acho que o escrito até aqui já está suficientemente
bom para ser entendido. Devo finalizar lembrando que na velocidade do tempo
em que vivemos uma oportunidade deve ser imediatamente aproveitada. O mercado é
cruel e pune aqueles que ficam “patinando”, hesitando e não agem em função de
ficar esperando a perfeição o momento mais adequado. Steve Jobs surpreendeu, acho
que ouviu Vandré, “quem sabe faz a hora não espera acontecer”.